Como minha formação técnica em desenvolvimento de software tem me ajudado em UX

Trabalhando UX muito além de Design

Andriéli Pecenin
4 min readAug 7, 2019
Photo by Simon Abrams on Unsplash

Olá entusiasta de UX! Faz tempo que não nos falamos por aqui neh? Mas posso garantir que não é por falta de vontade. As coisas andam bem agitadas e está faltando tempo…

Uma hora vai!

Você deve ter chegado aqui por causa do título neh? Bom… Então para explicá-lo deixa eu te contar um pouco mais sobre mim. Minha formação é bem técnica, sou graduada em Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (graças a Deus que abreviaram o nome desse curso para ADS, Haha), que me trouxe mais conhecimento em programação. Depois de um bom tempo, resolvi iniciar uma pós-graduação (que ainda estou fazendo) em Engenharia de Software Ágil.

É… Como vocês devem ter percebido, meu foco é mesmo tecnologia.
Acreditem se quiserem, mas cheguei a atuar como programadora e então tive a certeza que isso não é vida, e desisti completamente. Haha (programadores, vocês são phoda!).

Qualquer semelhança comigo é mera coincidência!

No ano passado tive a oportunidade de começar a trabalhar com UX Designer, (como falo melhor neste artigo). Ter aceitado essa oportunidade mudou completamente minha carreira e em quem estou me tornando (e sim, eu gosto disso).

Tá Andri, mas eu ainda quero saber sobre o título

Depois de ter estudado muito sobre UX, participado de eventos e conversado com muitos profissionais, pude perceber o quanto a área de UX é diversificada. No entanto, é notável uma predominância de formações em Design e Comunicação. Quando comento que sou totalmente da área técnica a maioria dos profissionais NÃO me indicam migrar de formação (para Design, por exemplo), e sim aproveitar tudo que esse conhecimento pode contribuir, complementando com cursos e outras experiências neste sentido.
Com isso, passei a refletir seriamente sobre os prós e contras e cheguei a algumas conclusões importantes:

Pontos positivos

  • O maior ganho que sinto é no momento de trabalhar diretamente com desenvolvedores, pois, conseguimos falar na mesma língua;
  • Antes de projetar como será uma rotina, uma tela ou qualquer outra experiência, consigo imaginar possíveis problemas técnicos que teremos para desenvolver e até mesmo antecipar as limitações da nossa tecnologia, projetando soluções mais assertivas neste sentido;
  • Tenho grande empatia pelos desenvolvedores da minha equipe e entendo perfeitamente que tudo é possível de fazer, mas não quer dizer que é viável para escalar o software e dar manutenção. Porém, isso não quer dizer que vou deixar de pensar na melhor experiência do meu usuário. O segredo é sempre o equilíbrio;
  • Eu sinceramente gosto demais de trabalhar junto com os Dev’s e não me vejo ficando longe não! Haha;
  • Por não possuir vieses de Design consigo focar mais no “X” da questão (literalmente!) ou seja, na eXperiência e não pensar (apenas) em layouts bonitos. Quando cito esta experiência, me refiro ao esforço dedicado para tornar o mais fluído possível um processo, impactando positivamente e demonstrando real empatia pelo usuário. Meu objetivo é sempre encantar as pessoas, seja com um produto, serviço ou uma simples cordialidade dedicada em uma conversa;

Quais foram as dificuldades ?

Eu realmente gosto de contar as merd@#$…., digo, os problemas que acontecem em todos os processos que realizo. Claro que dessa vez não poderia ser diferente. Mas fica tranquilo, que vou lhe contar o “caminho das pedras”…

A principal dificuldade sentida foi em relação ao design de telas. Eu não possuía muitas ideias de como projetar um layout UAU, mas sabia o que fazer para resolver o problema. Até imaginava a tela, mas não conseguia desenhar (digamos que em nível de desenho me encaixo no grupo “pessoas que desenham outras pessoas com palitinhos apenas”, Haha);

E como resolvemos isso?

Ah… Foi fundamental nesta etapa ter pessoas na equipe com ótima criatividade e poder aprender e usar seus protótipos como modelo, construindo e melhorando assim os meus. Trabalho em equipe é sempre essencial!

Outro grande facilitador foi a criação de componentes base para reutilizar em todos os protótipos. A versão pró do Figma (que usamos) permite criar essa componentização. Sendo assim, após ter essa base, se tornou muito mais rápido e fácil prototipar. Se quiser deixar esse processo ainda mais eficaz para a equipe de Design, ter uma documentação da padronização de componentes, fontes, cores, comportamentos e etc, é uma ótima ideia! Essa documentação pode ser desde um Design System até um simples doc no Drive compartilhado com o time. Escolha o que faz sentido para vocês naquele momento.

Além disso, estudos e muita prática fazem toda a diferença nesta evolução. Confesso que não é a coisa que eu mais gosto de fazer, mas acho fundamental para garantir clareza do time!

E por fim, UX é isso e muito mais! Está bem além de apenas desenhar telas…Trata-se de entender processos e deixá-los mais humanos.

Agradeço ao Jaylon Henrique da Silva por revisar e corrigir este artigo!
Quer conversar mais? Me chama, será um prazer. :)

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