Como minha formação técnica em desenvolvimento de software tem me ajudado em UX
Trabalhando UX muito além de Design
Olá entusiasta de UX! Faz tempo que não nos falamos por aqui neh? Mas posso garantir que não é por falta de vontade. As coisas andam bem agitadas e está faltando tempo…
Você deve ter chegado aqui por causa do título neh? Bom… Então para explicá-lo deixa eu te contar um pouco mais sobre mim. Minha formação é bem técnica, sou graduada em Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (graças a Deus que abreviaram o nome desse curso para ADS, Haha), que me trouxe mais conhecimento em programação. Depois de um bom tempo, resolvi iniciar uma pós-graduação (que ainda estou fazendo) em Engenharia de Software Ágil.
É… Como vocês devem ter percebido, meu foco é mesmo tecnologia.
Acreditem se quiserem, mas cheguei a atuar como programadora e então tive a certeza que isso não é vida, e desisti completamente. Haha (programadores, vocês são phoda!).
No ano passado tive a oportunidade de começar a trabalhar com UX Designer, (como falo melhor neste artigo). Ter aceitado essa oportunidade mudou completamente minha carreira e em quem estou me tornando (e sim, eu gosto disso).
Tá Andri, mas eu ainda quero saber sobre o título
Depois de ter estudado muito sobre UX, participado de eventos e conversado com muitos profissionais, pude perceber o quanto a área de UX é diversificada. No entanto, é notável uma predominância de formações em Design e Comunicação. Quando comento que sou totalmente da área técnica a maioria dos profissionais NÃO me indicam migrar de formação (para Design, por exemplo), e sim aproveitar tudo que esse conhecimento pode contribuir, complementando com cursos e outras experiências neste sentido.
Com isso, passei a refletir seriamente sobre os prós e contras e cheguei a algumas conclusões importantes:
Pontos positivos
- O maior ganho que sinto é no momento de trabalhar diretamente com desenvolvedores, pois, conseguimos falar na mesma língua;
- Antes de projetar como será uma rotina, uma tela ou qualquer outra experiência, consigo imaginar possíveis problemas técnicos que teremos para desenvolver e até mesmo antecipar as limitações da nossa tecnologia, projetando soluções mais assertivas neste sentido;
- Tenho grande empatia pelos desenvolvedores da minha equipe e entendo perfeitamente que tudo é possível de fazer, mas não quer dizer que é viável para escalar o software e dar manutenção. Porém, isso não quer dizer que vou deixar de pensar na melhor experiência do meu usuário. O segredo é sempre o equilíbrio;
- Eu sinceramente gosto demais de trabalhar junto com os Dev’s e não me vejo ficando longe não! Haha;
- Por não possuir vieses de Design consigo focar mais no “X” da questão (literalmente!) ou seja, na eXperiência e não pensar (apenas) em layouts bonitos. Quando cito esta experiência, me refiro ao esforço dedicado para tornar o mais fluído possível um processo, impactando positivamente e demonstrando real empatia pelo usuário. Meu objetivo é sempre encantar as pessoas, seja com um produto, serviço ou uma simples cordialidade dedicada em uma conversa;
Quais foram as dificuldades ?
Eu realmente gosto de contar as merd@#$…., digo, os problemas que acontecem em todos os processos que realizo. Claro que dessa vez não poderia ser diferente. Mas fica tranquilo, que vou lhe contar o “caminho das pedras”…
A principal dificuldade sentida foi em relação ao design de telas. Eu não possuía muitas ideias de como projetar um layout UAU, mas sabia o que fazer para resolver o problema. Até imaginava a tela, mas não conseguia desenhar (digamos que em nível de desenho me encaixo no grupo “pessoas que desenham outras pessoas com palitinhos apenas”, Haha);
E como resolvemos isso?
Ah… Foi fundamental nesta etapa ter pessoas na equipe com ótima criatividade e poder aprender e usar seus protótipos como modelo, construindo e melhorando assim os meus. Trabalho em equipe é sempre essencial!
Outro grande facilitador foi a criação de componentes base para reutilizar em todos os protótipos. A versão pró do Figma (que usamos) permite criar essa componentização. Sendo assim, após ter essa base, se tornou muito mais rápido e fácil prototipar. Se quiser deixar esse processo ainda mais eficaz para a equipe de Design, ter uma documentação da padronização de componentes, fontes, cores, comportamentos e etc, é uma ótima ideia! Essa documentação pode ser desde um Design System até um simples doc no Drive compartilhado com o time. Escolha o que faz sentido para vocês naquele momento.
Além disso, estudos e muita prática fazem toda a diferença nesta evolução. Confesso que não é a coisa que eu mais gosto de fazer, mas acho fundamental para garantir clareza do time!
E por fim, UX é isso e muito mais! Está bem além de apenas desenhar telas…Trata-se de entender processos e deixá-los mais humanos.
Agradeço ao Jaylon Henrique da Silva por revisar e corrigir este artigo!
Quer conversar mais? Me chama, será um prazer. :)